A IMPORTÂNCIA DO PROJETO DE TUBULAÇÃO NO VRF: EVITANDO GARGALOS DE EFICIÊNCIA
- Redação
- 24 de nov.
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O Projeto é a Chave – Distância, Diâmetro e Distribuição
Embora a instalação do VRF pareça simplificada pela ausência de dutos, a complexidade se transfere para a rede de tubulação de refrigerante, o "coração" do sistema. Um erro de cálculo ou instalação nas linhas de cobre pode anular a eficiência e o desempenho do VRF, independentemente da qualidade dos equipamentos. Veja a seguir alguns detalhes de engenharia da tubulação que garantem que o sistema opere em sua máxima capacidade.
Cálculos Críticos e Boas Práticas de Instalação
Limites de Distância e Desnível: É crucial ressaltar que os limites exatos de comprimento de tubulação e desnível vertical dependem integralmente do fabricante e do modelo específico do equipamento (geralmente sistemas VRF/VRV). O manual técnico do produto é a única fonte de dados exatos e obrigatórios.
No entanto, a seguir, apresentamos uma faixa de valores típicos encontrados no mercado, juntamente com a explicação do impacto.
1. Limites Máximos Típicos (Sem Tabela)
Para sistemas VRF/VRV de alta capacidade, os limites mais comuns são:
Comprimento Total de Tubulação (Soma de todos os trechos): Costuma variar entre 300 metros e 1000 metros.
Comprimento da Linha Mais Longa (Distância da Condensadora até a Evaporadora mais distante - Comprimento Real): Geralmente fica entre 120 metros e 200 metros.
Desnível Vertical Máximo (Entre a Condensadora e a Evaporadora mais distante):
Quando a condensadora está acima da evaporadora: Pode atingir até 110 metros.
Quando a evaporadora está acima da condensadora: É mais restrito, variando tipicamente entre 20 metros e 50 metros.
Desnível Vertical Máximo entre Evaporadoras (Unidades Internas): Limite menor, tipicamente entre 15 metros e 30 metros.
2. Impacto da Distância na Eficiência e Compensação de Refrigerante
Impacto na Eficiência e Desempenho
A eficiência do sistema (COP/EER) é inversamente proporcional à distância percorrida pelo refrigerante.
Aumento da Perda de Carga: Quanto mais longa a tubulação e maior o desnível vertical, maior será a resistência ao fluxo do refrigerante. Essa resistência é chamada de perda de carga.
Sobrecarga do Compressor: Para superar essa resistência, o compressor é forçado a trabalhar em condições mais exigentes. Isso resulta em um aumento do consumo de energia e, consequentemente, uma redução na eficiência energética do sistema.
Queda de Capacidade: A perda de pressão ao longo de trechos muito longos ou com desníveis acentuados faz com que o refrigerante chegue às unidades internas (evaporadoras) fora das condições ideais. Isso provoca uma diminuição na capacidade real de resfriamento ou aquecimento fornecida ao ambiente, comprometendo o conforto térmico. Projetistas precisam aplicar fatores de correção para compensar essa perda.
Necessidade de Compensação de Carga de Refrigerante Adicional
Os equipamentos são fornecidos de fábrica com uma carga de refrigerante inicial suficiente para um comprimento de tubulação padrão (curto).
Volume da Tubulação: À medida que o comprimento total da tubulação se estende além desse padrão, o volume interno do sistema aumenta, necessitando de mais refrigerante para que o ciclo termodinâmico funcione corretamente.
Cálculo de Carga Adicional: É obrigatório calcular e adicionar a carga adicional de refrigerante. Este cálculo é feito com base no comprimento excedente da tubulação instalada e nos diâmetros dos tubos de líquido e de gás, utilizando as fórmulas específicas fornecidas pelo fabricante.
Consequências do Erro: A falha em adicionar a quantidade exata de refrigerante (ou o erro no cálculo) tem um impacto severo:
Carga Insuficiente: Causa um desempenho deficiente, queda de capacidade e pode levar ao superaquecimento do compressor.
Carga Excessiva: Pode danificar o compressor e também reduzir drasticamente a eficiência do sistema, pois o fluido não evaporará ou condensará corretamente.
Em resumo, o rigoroso respeito aos limites de distância e o cálculo preciso da carga adicional de refrigerante são essenciais para garantir a eficiência nominal, a capacidade de projeto e a longevidade do sistema de climatização.
Ou seja, a promessa de eficiência do VRF só é concretizada quando o projeto de tubulação é executado por profissionais especializados. O projeto hidráulico do refrigerante é um cálculo preciso que determina se o sistema entregará a performance (capacidade e eficiência) esperada. Um projeto mal executado resulta em perda de capacidade, desgaste prematuro do compressor e aumento do consumo, transformando o VRF em um investimento abaixo do ideal.

























